Cabeceira de ponte desmorona e impede acesso a aldeia indígena no Bairro Pé de Plátano em Santa Maria

Por conta das fortes chuvas dos últimos dias, diversas localidades registraram problemas de acesso. Uma delas é na Estrada Municipal Querino Rosa, no Bairro Pé de Plátano. A ponte localizada na via está interditada, já que uma parte da cabeceira da estrutura cedeu na noite desta terça-feira (17).

Devido à interdição, não é possível acessar à aldeia Kaingang. No outro acesso, há dificuldades para entrada por conta das más condições da estrada.

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Uma Unidade Básica de Saúde (UBS) Indígena funciona na aldeia indígena Kaingang Kéty Jug Tegtú. Os servidores estão desmarcando os serviços, pois estão sem conseguir acessar o local. A Escola de Ensino Fundamental Augusto Ope da Silva, localizada em frente à UBS, também está sem aula. Conforme explica a diretora da instituição, Isabel Cristina Baggio, os professores e os servidores da saúde que  encontram dificuldade há muito tempo, mas agora estão impossibilitados de chegar ao local:

 
— Estamos enfrentando dificuldades no acesso. Os atendimentos de saúde também não estão acontecendo porque a enfermeira não consegue chegar lá, assim como eu e os professores. A ponte já estava com desgaste e havíamos avisado sobre o fato, agora com a chuva se agravou.

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Um dos acessos à aldeia indígena se dá pela Estrada Municipal Querino Rosa, onde se encontra a ponte, já o outro é pela localidade de São Marcos, no qual apenas veículos leves estão conseguindo passar. A diretora ainda conta que alguns estudantes da aldeia precisam se deslocar para a Escola Estadual de Educação Básica Professora Margarida Lopes e também não estão conseguindo ir. Além disso, a Defesa Civil faz a entrega de água potável no local quinzenalmente. 

Ivanir Rubenich, de 59 anos, moradora da região que trabalha em um laboratório do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), precisou mudar seu plantão de trabalho para a noite por conta do acesso. E essa não é a primeira vez que isso acontece. Nas últimas fortes chuvas de setembro, a estrada ficou alagada e a passagem também ficou comprometida:

— Há muitos anos negligenciam essa região. A ponte é arriscada, as estradas enchem de água e depois que passa a chuva é impossível de passar por conta da lama que fica. Ainda conseguimos caminhar, mas ao passar a ponte estamos arriscando nossa vida. Além disso, é um caminho longo que temos que enfrentar para pegar o ônibus na Faixa Velha.

Ela conta que os vizinhos se organizam em um grupo de WhatsApp. Pela manhã, alguns moradores que saíram para trabalhar avisaram aos outros no grupo sobre a outra passagem. Ivanir conta que não sabe como será a volta dos vizinhos, porque o trajeto é em aclive e mais longo. Alguns deles fizeram o trajeto a pé para cumprir compromissos, como o caso de uma mãe relata que tinha consulta marcada há mais de dois meses para o filho e se arriscou a sair.

O coordenador da Defesa Civil, Adão Lemos, explicou que já foram comunicados sobre a situação e que foi encaminhado para a Secretaria de Infraestrutura. O secretário Wagner Oliveira da Rosa explica que outras demandas estão sendo realizadas conforme prioridade, a interdição da ponte e avaliação para conserto é uma delas. A chuva do próximo final de semana preocupa e pode atrasar o trabalho: 

— Vamos tentar adiantar ao máximo tudo que precisa ser feito no município até o fim de semana com a próxima chuva. O local já está interditado. Nos próximos dias estaremos atuando no local. Se não der nesta quarta, pela umidade do local, amanhã estaremos executando os serviços necessários — pontua.